sexta-feira, 11 de março de 2011

Lírio do Vale pt.1

I-A Princesa da Corte.

               Não havia em toda a corte,tampouco em qualquer reino vizinho.Falo porque procurei em vão.Pois não encontrei,nem haveria de
encontrar.Não se encontram diamantes em todas as foças ou lamaçais.A comparação melhor cabe ao leitor escolher.Não existia.Pois
até a generosidade divina fez-se caprichosa a por no mundo figuras únicas e esta em questão,se fez a mais caprichosa delas.
                A formosura,a beleza,a jovialidade,o desejo de aventurar-se,a invejavel inteligência da qual foi dotada.Cada particularidade dela...
Perdoem-me,creio estar sendo tendencioso em minha narração dos fatos.O que descreverei aqui antes de mais nada,deixo claro que são
fatos ocorridos em 1757 na Corte Espanhola.E eu sou o dramaturgo.Mas chegarei nesse ponto quando eu julgar que for necessário ao contexto
da história,não se apressem.Gastei dois parágrafos e não consegui ainda descrevê-la.Vamos ao terceiro.Antes que esgotem-se minha tinta e
que minha pena perca o viço.
                 Filha de Dom Frederico III,a deslumbrante princesa da corte é a figura que mais causa ambição de todos os bens possuídos na realeza
espanhola.Ela vivia a suspirar pelos lírios do vale,cuidando de suas rosas vermelhas,no imenso jardim do palácio.Parecia sozinha,pois era tímida.
Como era tímida a princesa!Sua timidez freava o ímpeto de militares de grandes patentes e príncipes vizinhos,que sempre estavam a procurá-la.
Rapazes fúlgorosos.Que ja conheciam camas de outras mulheres,ja haviam tocado inúmeros corpos,se viam completamente sem ação diante da
timidez que os contagiava ao se deparar com a figura da princesa.Ela parecia carente.Sempre imersa em seus estudos,quando não exercia sua outra
paixão,o jogo.Sim a princesa gostava muito de jogar e jogava com as criadas do palácio.Por medo de vence-la ou por pura incopetência,as criadas sempre
saiam derrotadas da jogatina.
                  Já disse que era linda,inteligente e tímida.Isso eu ja deduzia antes de a conhecer.Apenas a tinha visto uma vez,e dedicarei o próximo capítulo a
descrever isso.Ah,antes que me esqueça e que acabe por sair do trilho e fazer perder o encanto desse romance,o nome dela é Taciana.


II-Primeira Vista.

                   Pricesa Taciana.Filha de Frederico III.A jóia mais preciosa do palácio.Nos vimos a primeira vez quando...Já contarei.
                   Previamente,aproveito aqui a chance de me apresentar e a minha compania de teatro.Eu a fundei ao lado de meu amigo,Juan.Peça mais importante que eu
nessa narrativa,diga-se de antemão.E meu nome é Henrique.Muito prazer.
                    Juan e eu estávamos entediados e despreocupados(desempregados) éramos uma dupla de galantes que pelos bailes de Madri até as novenas de Barcelona
tinhamos conquistado muitos corações,nem sempre só os das belas moças,das restantes também.Pois como diz o velho ditado,"quem come de tudo nunca está de boca vazia."
O homônimo de Juan,o fictício Dom Juan de Marco,também não teria se deitado com mais de 1000 damas se fossem todas elas belas.
                     Pois bem,eu gostava de escrever,na verdade não gostava,mas todos diziam que o fazia com maestria.A preguiça é meu pecado capital favorito,rivalizando é claro
com a luxúria.Bastou me livrar da preguiça e me dedicar a escrita para eu e Juan enchergarmos que o jeito mais conveniente de termos uma profissão e continuarmos desfrutando
do calor da cama feminina,era nos tornamos artistas.Não há viva alma feminina que não se encante com poemas,poesias e sonetos.Expliquei isso a Juan e ele se dedicou a atuar,
demonstrou até ser talentoso nas artes cênicas.Rodamos a Espanha.Faturamos barganhas e dinheiro.Gastávamos tudo,em prostitutas caras e vinhos importados.Minha criatividade
não se esgotava,mas os monólogos de Juan acabaram se tornando cansativos.Então retemos nosso capital e contratamos outros atores.Pronto,estava criada a "Compania de Teatro
Sol da Manhã."Pura falta de criatividade,eu sei.Para dar nomes sou uma negação.
                     Enfim,numa típica festa espanhola eis que o Rei Frederico III acha de convocar a Sol da Manhã para vir encenar uma agridoce tragédia,em seu palácio.Para ver se fazia pular
no peito,o coração de sua filha,que ao seu ver andava muito carente,pois já completava 19 anos e nenhum dos prícipes propostos lhe chamava a atenção.Essa foi a perdição e o verdadeiro
começo da narrativa.
                      Era a estréia de minha nova peça,recém escrita.Se chamava "Rômulo e Juliana",era a história de um casal de famílias rivais que se apaixonaram causando assim no fim do conto,
uma tragédia culminada na morte de ambos.Mais tarde fiquei com a impressão de que um dramaturgo inglês de primeiro nome William havia escrito algo parecido,sem dúvida me plagiando.Calhorda.
                      Os atores todos estavam no elenco,exceto Juan,o astro.O irresponsavel estava atrasado.Então,eu interpretei Rômulo no lugar dele e prometi pra mim mesmo que da próxima vez daria a ele
um papel de árvore ou de vaca no pasto.Durante a apresentação minha concetração era perdida.A visão da princesa Taciana acalentava meus olhos.Como é estranhamente vívida na minha mente até o
presente momento.Aquela festa tradicional espanhola,ela sentada na cadeira,um longo vestido preto.Os olhos dela encontravam os meus e eu acreditava que havia uma troca de olhares entre nós dois.
Eu acreditava.Depois de tantas mulheres,a princesa Taciana havia feito meu coração tremular como o brasão da corte real.
                       No fim da peça ela foi a primeira a levantar-se e aplaudir em meio a todos aqueles nobres hipócritas.Muitos choravam e aplaudiam,minha peça era um sucesso.Fiquei até encabulado,tudo que
escrevo acho ruim,daí vem alguém,lê e diz que está ótimo.
                       Não consegui me apresentar a princesa Taciana,mas seu pai veio direto a mim me comprimentar e parabenizar.Saí de lá me sentindo vazio,achei que nunca mais a veria de novo.Tratei de tentar
esquece-la,pela primeira vez.Seria novamente obrigado a tal no futuro.Essa foi a primeira vez que a vi,e quero frizar,foi mágico.


III-Juan.

                   Meu amigo Juan,direi como se tornou meu rival.Só que primeiro,contarei as origens de nossa amizade.Fomos criados em orfanato de freiras,faziámos muitas rebeldias.Certa vez quando garotos pegamos
duas freiras conversando sobre Juan.Elas diziam:

                    "-Esse garoto é um perigo para corte.Você sabe de quem ele é filho?" e a outra freirinha dizia:

                    "-Ouvi dizer que é filho bastardo de..." nessa hora eu interrompi dizendo:

                    "-De quem Juan é filho?"Provavelmente de algum ladrão de baixo escalão certo?Hahahaha."

                  As freiras nos castigaram severamente,até demais,só porque escutamos sua conversa escondidos.Fiquei intrigado e queria sempre saber de quem Juan era filho,mas ele pouco se importava e a lembrança de nosso
castigo nos fazia esquecer essa idéia.
                   Naquela noite,da apresentação na corte,depois que nos retiramos a princesa Taciana ficou pensativa com a peça e eu desejava que assim ela estivesse unicamente por minha causa.Porém ela estava no jardim com uma rosa
vermelha na mão e ainda com seu vestido preto.Ela respirava fundo e sentia o aroma da flor.Nisso chega o equivocado Juan.Vai ao portão e ignorantemente diz:

                    "-Ei,menina! Sabe se ainda está acontecendo uma festa nesse palácio?"

                    "-Quem é você?"

                    "-Ei,seja educada e responda minha pergunta antes de fazer outra."

                    "-Oh!Você sabe com quem está falando?"

                    "-E você sabe quem sou eu?Sou o grande artista principal da compania de teatro que se apresenta hoje aqui."

                    "-Humpf.Pois saiba que a compania ja se apresentou."

                    "-Oh não!Henrique vai me matar!Me atrasei novamente para um espetáculo!"

                    "-Qual o seu nome,atrasado ator?"

                    "-Me chamo Juan.É um enorme prazer conhecer dama de formosura tão vertiginosa.Senhorita..."

                    "-Taciana.Sou a princesa Taciana."

                    "-Minha nossa!Está falando sério?Pois sendo sério ou não,é dificil imaginar título melhor para descreve-la do que princesa!"

                    "-É hábil com as palavras,Juan!"

                    "-Tendo sua graça como inspiração é impossivel ser diferente."

               Nessa hora os jovens são interrompidos pelos guardas reais que pedem para a princesa entrar e não mais trocar palavras com um vagabundo das ruas.Porém ela ainda ouviu de Juan:

                    "-Nos veremos de novo."


IV-A Trupe.

            Nossa trupe de atores viaja a Espanha levando nossas histórias e espalhando um pouco de nosso amor em cada canto dessas terras.Estamos acampados aqui em Sevilha agora onde dormimos
em nossa tenda.Muitas vezes somos hostilizados,confundidos com ciganos.Amanhã a tarde partiremos.
            Repouso minha cabeça na rede perto da fogueira e olho para as estrelas,nelas vejo os olhos da princesa Taciana.Não me sai da cabeça,nem mesmo agora que estou convícto de que ela nunca seria
minha,nem assim a lembrança de cada particula dela me deixa livre o pensamento.Eis que me aparece Juan:

                 "-Perdoe-me meu amigo.Mas permaneci tempo demais com aquela moça antes da apresentação.Sabe como são as moças de Sevilha.Não está muito bravo,está?"

                 "-Não amigo,não se preocupe.Deu tudo certo,foi um sucesso." respondi com aquele típico ar de tolo em estado de graça.

                 "-Que bom que não tenha se irritado,mas saiba que cheguei a ir ao palácio..."

                 "-Juan,acho que estou apaixonado."

                 "-Verdade?Eu ia te dizer a mesma coisa agora."

                 "-Hahaha.Brindemos então!Pois o amor está no ar!"

              Bebemos até a Lua se tornar baixa no estrelado céu de verão.Eu já estava apaixonado mas não queria adimitir,pois nunca acreditei em amor a primeira vista.Juan idém,se acahava superior a esse
sentimento pois dizia ser capaz de amar todas as mulheres da Espanha.Mas nunca uma única.Ele estava errado.
               Quando a manhã raiou um menssageiro a cavalo nos fez levantar.Nossas cabeças doiam e a náusea era terrível,graças ao vinho da noite passada.Dom Frederico III convocava o responsável pela trupe
para mais uma conversa,parace que ele havia gostado muito do desempenho da compania.De imediato pensei:"Verei Taciana novamente!"E sem dúvida meu amigo ao meu lado pensava o mesmo.Rapidamente
nos recompomos do estado de ressaca e partimos juntos,pois fundamos a compania juntos.


V-A Tarde de Taciana.

          Um capítulo merecidamente dedicado a essa tarde.Juan certamente poderia falar sobre ela melhor do que eu.Porém o escritor aqui sou eu e a narração dos fatos é do meu ponto de vista,o caro leitor me perdoe se eu
deixar fatos em branco.É porque de fato,pouco sei dos fatos inteiros.Aqui direi como Juan tomou vantagem sobre mim na conquista do coração dela.Se o caro leitor achou que eu sou o protagonista,se engana.
Pois essa é a história de Juan e Taciana.Apenas narro.
           Chegando ao enorme palácio.O rei Frederico III veio a nós dois e perguntou quem era o dramaturgo.Tomei a frente enquanto Juan ficou na sala sozinho.Entrei para o gabinete particular da realeza e meu amigo
solto pela mansão,livre para ir procurar Taciana.Na sala minhas esperanças foram avivadas,pois o rei dizia que sua filha suspirara a noite toda pelos corredores e quase não dormiu,ele sentiu que ela estava no mínimo
balançada.É sabido que ela viu a mim e a Juan na noite anterior.Por qual ela dedicou seus pensamentos aquela madrugada?Não sei responder até hoje.Enquanto tratava de burocracia e pagamentos com o rei,Juan passeava
no palácio.Até que finalmente se deparou com a princesa.Num dos corredores ela jogava dados com as criadas.Ele arrogantemente pediu pra jogar e disse:

             "-Falei que nos veríamos de novo."

           Foi a segunda vez que se viram.A princesa Taciana mandou as escravas se retirarem e jogou com Juan por um certo tempo.Depois sairam e foram para imenso jardim dos fundos.Eu depois da conversa demorada com o
severo rei,procurei Juan,mas imaginei que ele entediado de esperar havia se retirado sem fazer questão de me esperar.Enganei-me,como de costume.Os dois passaram juntos aquela tarde.Mas o sentimento de punhal atravessando
as costas eu só tive mais tarde,no retorno de Juan.Equanto não chego nesse tópico,dissertemos mais sobre aquela tarde.
           Se conheceram,trocaram pequenos segredos,amenidades,tudo como tem que ser.Ela era apaixonante!O homem que se apaixona por ela não é culpado,muito menos ela.Mas ela tem o encanto da pele morena,o jeito de menina
com a formosura de boneca.Taciana.Doce como tâmaras,as frutas das Tamareiras do deserto.A paixão dela por Juan nasceu ali.Ele foi maior que a timidez dela.
          


 VI-A Ruína.

           Pode parecer egoísmo da minha parte,entretanto,eu não me importo.Registrarei aqui o início da minha ruína,não da minha desistência e entenda não é fácil abrir mão de um coração é até desnecessário dizer isso,todos sabem.Adiante.
           Estava na tenda me preparando para a noite de hoje e para as noites de segunda e quarta-feira.Estabeleci um contrato com Dom Frederico,teremos apresentações particulares nesses dias,de todas as semanas,por um período não
determinado.
            Meus sentimentos afloravam,meu sangue pulsava.Veria a princesa novamente e teria a chance de conquistá-la.Não que me julgasse muito capaz,pois convenhamos,não sou nenhum príncipe.Mas estava cego,não me colocava na
minha posição de mero dramaturgo da corte.As criadas deveriam ser meu alvo,não as princesas.
             Lá pelo fim da tarde já com os atores ensaiando o próximo número,eu me pegava a escrever um poema para ela.Apelação da minha parte?Não!Era natural,era verdadeiro,todas as palavras nele contidas.A partir dali e até muitas vezes outrora,
as poesias e sonetos que escrevi,no fundo têm Taciana como inspiração latente.O poema era mais ou menos assim:

               "Rouba meu olhar como os pássaros que cantam pelo céu.
                 Toma meus pensamentos sem pedir licença.
                  Me arranca o fôlego sem se importar,
                  és tu formosa como o Lírio do vale..."

              Perdão novamente,não irie cantar o resto do poema.Mas se chamava "O Líro do Vale."Não recitarei o restante para não me doer demasiadamente o cotovelo,como deve pensar todo o indivíduo que abrir este conto para ler.Deve estar pensando que
sou um dramaturgo narrando uma dor de cotovelo,mas repito.É mais do que isso.A lição dessa história eu já vou estragar antes do fim.Não guardarei para o final e já aqui antecipo-me.Essa é uma história sobre o amor.A pureza e a inocencia do amor sem
medidas,sem fronteiras de distância ou de qualquer que for o impecilho.Isso ficará melhor entendido no final.Dizia eu,que escrevia um poema quando me chega Juan saltetante como uma lebre,era uma visão rídicula e cômica:

                "- Henrique!Meu amigo,tu és mais que um irmão!Estou tão feliz!"

                "-Também lhe considero como um irmão,mas não volte a me beijar a face novamente,por favor!"

                "-Estou mergulhado em amor,Henrique!Passei a tarde toda com ela!Como é encantadora sua simples presença!"

                "-Há!Fico feliz por você,meu amigo!"

                "-Nos beijamos a tarde toda,trocamos tantos carinhos!Ela é uma fada!Como aconteceu rápido!Nos vimos apenas duas vezes!E parece que nos amamos a anos!E quanto a ti?Vejo que escreve um poema,sois um enterno galante!"

                "-Sim,também estou perdido por uma dama!Mas ainda não tive sua sorte.Apenas a vi uma vez,hoje á noite a verei novamente.Onde declamarei para ela estes versos."

           Os infortúnios do destino são cruéis.Oh,como são!Eu e Juan amávamos a mesma mulher!Porém esso era o menor dos infortúnios.Acredite.Fica pior.
           A noite chegou e a compania Sol do Amanhã chegara por sua vez ao palácio.Como de costume,recitei meu discurso e apresentei meu elenco.A peça começou,encenavam algo que eu não me lembro.Naquela noite
eu nem me importava com a apresentação,estava ali para outro motivo.Quando finalmente tive uma oportunidade,me aproximei da princesa e falei com ela.Mas ela só respondia com a cabeça e mal concordava ou discordava de minhas
indagações.Timidez,ela era de fato muito tímida.De súbito ela tomou a palavra e me perguntou se eu havia escrito tais histórias tão belas,e confirmei que sim.Vi ali a chance de confessar-me a ela,por mais ridiculo que me parecesse isso,
pois nunca fui disso,sempre me aproximei de mulheres fáceis e vulgares,mas nunca de uma princesa.Tomei-a pela mão,aproveitando a ausência do rei ali.Ela me olhou confusa e eu mal sabia o que dizer.Acho que foi minha abordagem,
foi isso que minimizou minhas possibilidades.Me senti um franguinho recém saído das fraldas.Eu disse,olhando no oceano de seus olhos:

              "-Princesa Taciana,você ouve isso a todo momento com certeza,mas você teve a proesa de roubar o coração de um jovem poeta.Receitarei para ti um poema que lhe resumirá meus sentimentos por você."

             Então declamei.Sem eu saber,Juan me observava enquanto ele interpretava.Ao terminar meus versos,ela me olhava encantanda.Sem pensar ela respondeu assiduamente:

               "-Que lindo!"

             Como era pura a princesa Taciana!Ela merecia ouvir palavras assim inúmeras vezes!O rei regressou e eu tive que me afastar,estava muito empolgado por ela ter gostado de minhas palavras.Me enganava com frenquencia naqueles dias.
             Ao fim da peça,saimos todos do palácio.Eu não vi Juan junto da trupe.Deixei todos partirem e fiquei feito um borra botas ao lado de fora,recostado no portão.Escrevi em cerca de segundos uma carta para ela que no fim dizia:"Seja minha rainha."
Pedi que uma criada entregasse em mãos a Taciana e finalmente parti dali.Sonhei com ela aquela noite.
             O galo cantava no bosque e eu acordava,cheio de vida e emoção.Porém,logo,essa chama perdeu a brasa.Uma criada vinha de manhã,toda encapuzada me trazer uma correspondência.Estava assinada por Taciana.Até a grafia dela era adimiravel.
Me empolguei como um pinto recém saido da casca.Abri com mãos trêmulas a carta e nela,veio a tal ruína.A carta dizia:

               "-Fico infeliz em ser dessa forma,jovem poeta.Mas creio que não possa ser diferente.Pois não poderei ser sua rainha,meu coração ja encontrou abrigo em outros braços!E com sinceridade lhe digo,jovem dramaturgo Henrique.Meu amor pertence
a Juan!"

              A tal da punhalada nas costas foi forte,muito forte.A mulher da qual Juan falava,que havia beijado e acariciado,era Taciana!A minha princesa Taciana!Não pude crer na maldita sorte com a qual fui servido.Porém,o que eu poderia fazer?Tentar
persuadi-la?Não sou desses,a honra de saber sua derrota define grandes homens.Foi muito triste,hoje ainda ando triste em meio as garrafas e os perfumes de cabarés.Talvez,esse seja meu lugar.Não,não hei de pensar assim,acharei minha rainha em meio
a toda a vulgaridade das pagãs!Dor de cotovelo,adimito aqui,que esse capítulo atingiu tal patamar de quem ostenta o que não é seu.Mas afirmo agora,que não mais se repetirá.
Me ocuparei de contar apenas a história real,uma das mais belas histórias que ja tive notícia,o amor de Juan e Taciana!
                        



FIM DA PARTE 1.

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