De manhã ela me ama, diz que me quer e rola na minha cama,
se demoro a respoder, logo me estranha.
Digo a ela o que eu sinto, lhe asseguro que não minto.
Desconfiada, bate a porta na minha cara e abandona o recinto.
Saio para trabalhar e antes mesmo do almoço ela começa a me ligar;
pergunta: "Porquê demorou a atender?", "Amor, tenho cá, coisas a fazer!"
"Mais importantes do que eu?" - "Pagam meu salário." - "Grosso!"
Desligou o telefone."Grosso?"- na minha cabeça a cena repassou-mas foi ela quem desligou!
No fim da tarde chegando à casa, vejo uma bela mesa de jantar. Ela me tapa os olhos por trás,
diz que não irá se afastar de mim jamais. Conversamos como da primeira vez que nos vimos,
lembramos de fatos e rimos. Depois de comer ficamos uns instantes em silêncio, me sinto
cansado. Ela por sua vez, inrrompe aquela cena fria, "Não vai perguntar como foi meu dia?"
"Ia fazer isso agora."-"Mentira!" De fato eu mentia. Foi-se embora para o quarto, dizendo que
ia se deitar, como sobremesa, me deixou a louça para lavar.
Depois de tudo lavar e de banho tomar, deito-me ao seu lado sem fazer nenhum ruído, e eis
que ela me sopra ao ouvido: "Eu amo você, mas as vezes você é tão confuso!" E eu apenas
rio...
Nenhum comentário:
Postar um comentário