quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A Triste Ninfa: Eco

Triste destino de tão belas figuras,
comove-me o tamanho de tuas lamúrias!
Lindas são tuas formas e doces teus encantos
porém tais virtudes nunca as privaram
do salgado gosto dos prantos.

Honrada pela sincera predileção de Diana,
foste tu Eco, responsável pelo justo castigo
que lhe dera sua ama. Ninfa faladora!
Na conversa ou na discussão,não cessava de falar
até que sua voz fosse a última a se ouvir no ar.

A ciumenta deusa Juno, puniu a língua da ninfa,
amaldiçoou-a com o que ela mais gostava de fazer: responder.
Eco agora nada podia dizer, além de repetir a última palavra ouvida.
Que agonia tiveram todas as ninfas do bosque neste dia!

Enveredada pelo bosque, Eco encontrou uma figura que lhe enchera
os olhos. Era Narciso, o ostentoso jovem! Viril caçador que
de todas as ninfas despertava o amor! A triste ninfa caminhava
chorosa por causa de seu destino, ao ver Narciso seus cabelos
e olhos voltaram a ter um viçoso brilho.

"Quem és tu?" perguntou Narciso e a ninfa respondeu:"Quem és tu?"
"És uma feiticeira que tentas me encantar?" disse Narciso, e Eco:
"Tentas me encantar?" Narciso enfureceu-se:"Nada faz além, de repetir?
Vá com tua loucura para longe daqui!"

A pobre ninfa chorou e correu, correndo e lamentando
em uma escura gruta acabou ela adentrando.
Até hoje se encontra a ninfa a repetir, basta numa
gruta falar, para a invisível voz da ninfa escondida,
tornar a replicar as últimas palavras que viestes a pronunciar.

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